terça-feira, 21 de junho de 2011

FUNCEB/SecultBA lança edital Quarta que Dança 2011

A 13ª edição do projeto traz novidades e disponibiliza R$ 100 mil para realização de 15 projetos de dança

Estão abertas até o dia 1º de agosto de 2011 as inscrições para a 13ª edição do Quarta que Dança, projeto promovido pela Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), unidade da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA), que visa à difusão da dança em suas diversas vertentes e ao estímulo à pesquisa e à produção coreográficas na Bahia. O certame vai selecionar 15 trabalhos com temática livre em quatro formatos (espetáculos, intervenções urbanas, dança de rua e trabalhos em processo de criação), representando um panorama contemporâneo da diversidade da dança no estado e incentivando a reflexão sobre temas atuais na área. O texto do edital, bem como seus anexos, pode ser consultado nos sites da FUNCEB (http://www.funceb.ba.gov.br/) ou da SecultBA (http://www.cultura.ba.gov.br/).

O projeto Quarta que Dança surgiu em 1998 e, ao longo destes anos, proporcionou a montagem de mais de 150 apresentações de variados grupos e propostas artísticas. Em 2007, as inscrições passaram a ser feitas exclusivamente via edital, em duas categorias – além dos tradicionais espetáculos de dança, deu-se espaço para os trabalhos em processo de criação, com objetivo de estimular o debate em torno dos processos construtivos. No ano seguinte, 2008, as outras duas categorias foram criadas: intervenção urbana e dança de rua, ampliando as possibilidades estéticas abrigadas e levando o Quarta que Dança também para as ruas da cidade.

Dentre as novidades do Quarta que Dança 2011, está o fato de que cada proposta selecionada irá realizar três apresentações, com valor de ingresso de R$ 2 (inteira), em espaços culturais diferentes: as que forem provenientes de Salvador serão escaladas para a Sala do Coro do Teatro Castro Alves, Espaço Xisto Bahia, Cine-Teatro Plataforma, Espaço Cultural Alagados ou Cine-Teatro Solar Boa Vista; as oriundas do interior da Bahia farão uma apresentação em um destes centros localizados na capital e as outras duas, em dois municípios distintos do seu Território de Identidade de origem. Já os trabalhos de intervenção urbana e de dança de rua acontecem ao ar livre, durante o dia, em espaços públicos. Todas as apresentações vão ocorrer entre os meses de setembro e dezembro deste ano, sempre às quartas-feiras.

Antes, cada projeto fazia apenas uma apresentação na Sala do Coro do TCA. Com a mudança, o Quarta que Dançadiversifica seus circuitos de atuação, ampliando o alcance e a acessibilidade de públicos distintos. Também com isso, o cachê ofertado aos contemplados cresce, fazendo o total de recursos financeiros disponibilizado aumentar – serão R$ 100 mil assim distribuídos: sete espetáculos (cada um recebendo cachê total de R$ 8 mil); duas intervenções urbanas e dois trabalhos de dança de rua (cada um com cachê total de R$ 6 mil); e quatro trabalhos em processo de criação (cada um com cachê total de R$ 5 mil). Na edição 2009/2010, o montante concedido foi de R$ 82 mil; em 2008, foi de R$ 76 mil.

Inscrições – Podem participar da seleção pessoas jurídicas do campo artístico-cultural ou pessoas físicas, maiores de 18 anos, brasileiros natos ou naturalizados, além de estrangeiros com situação de permanência legalizada, estabelecidas ou domiciliadas na Bahia. As inscrições são efetivadas tanto presencialmente, na sede da FUNCEB, em Salvador/BA, de segunda a sexta-feira, das 14 às 18 horas, quanto por via postal, através do serviço Sedex com Aviso de Recebimento.


HISTÓRIA DE DIVERSIDADE E REFLEXO DA PRODUÇÃO BAIANA
Na década de 1990, a diversidade da dança no Brasil ganhava visibilidade, amparada por grupos que exibiam, em suas pesquisas corporais e cênicas, o cruzamento de linguagens artísticas e a interface com outras áreas de conhecimento. Eis que, em 1998, surge o Quarta que Dança, que, ao longo desses anos, teve em suas mais de 150 apresentações artistas e grupos como o Ballet Rural, João Perene, Jorge Silva Cia. de Dança, Grupo Tran Chan, Grupo Dimenti, Gicá Cia. de Dança, Viladança, além da Escola de Dança da FUNCEB e da Escola de Dança da UFBA.

O grupo Tran Chan, uma das companhias de dança de maior repercussão do estado, apresentou Coisas Mudas na edição de 1998 e, mais tarde, em 2000, participou com O que o Olho Diz ao Cérebro. Com 25 anos de fundado, o Tran Chan realiza um trabalho que não é apenas criativo, mas, sobretudo, formativo de algumas gerações da dança baiana. “Percebo que o Quarta que Dança atua como uma vitrine da dança contemporânea para dentro da cidade de Salvador, sendo o único projeto com esta proposta para o segmento. O maior ganho é mostrar a produção dos artistas, tornando-se uma rede que oferece oficinas, palestras e atividades de formação”, acredita Maria Cecília Lopez, produtora executiva e bailarina integrante do Tran Chan desde 2002.

O Dimenti, outro grupo que conquistou destaque e já esteve no projeto, foi criado em 1998 e é formado por artistas de áreas distintas, com pesquisa cênica e de movimentos que envolve dança, teatro, cartoons e música. A atuação também ultrapassa os limites do palco, incluindo realização de oficinas, debates, intercâmbios, publicações e projetos audiovisuais. O grupo teve uma de suas primeiras montagens, o espetáculo Porta Cabide, no Quarta que Dança de 2001, e retornou ao projeto em 2005, com A Lupa, e em 2007, com O Poste, a Mulher e o Bambu. Já a Gicá Cia. de Dança, ligada ao projeto Axé, participou da edição de 2000 com o espetáculo Ressurectio. A Gicá já contou com a direção de Lia Robatto, uma das mais importantes coreógrafas da Bahia.

Na edição mais recente (2009/2010) do edital, quando 20 trabalhos – oriundos da capital e do interior do estado – compuseram a programação de apresentações, o sucesso do projeto foi evidente. Cerca de 5 mil pessoas compuseram o público total contabilizado. O espetáculo Bahia Samba Brasil, da Academia Bahiana de Dança de Salão e Grupo Balaio de Camaçari, foi um dos que lotaram por completo a Sala do Coro do TCA. “Minha experiência com o Quarta que Dança foi muito boa, muito importante para a nossa Academia. Revelou uma abertura do Governo do Estado para projetos na área de dança e para a dança de salão, que é nosso viés. A execução só nos trouxe aspectos positivos e mostra que a produção de dança na Bahia tem oportunidade de dialogar sobre suas ações. O Quarta que Dança só tende a crescer e para isso só é preciso que seja providenciada uma estrutura cada vez maior e com mais apresentações”, afirma Luisa Canda, da Academia Bahiana de Dança de Salão.

O trabalho em processo de criação ABC da Diferença, de Verusya Correia, oriundo de Itacaré/BA, revelou a possibilidade de os projetos do interior estabelecerem uma relação de troca com a cidade de Salvador: Verusya contou com a colaboração de artistas locais nas técnicas de vídeo, som e luz. “A experiência artística que tive foi muito valiosa. OQuarta que Dança foi uma maneira de adquirir a experiência de palco, na estrutura de Salvador, que é maior do que na minha cidade. O edital Quarta que Dança estimula a produção de dança e o processo no qual ela está inserida”, conta ela.

Representando um dos projetos de intervenção urbana, o Grupo CoMteMpu’s realizou o Aglomerado. Sergio Pereira Andrade, integrante do grupo, opina: “O Quarta que Dança foi uma oportunidade importante para o Grupo CoMteMpu’s. O projeto apresenta um panorama das produções mais recentes na linguagem da dança na Bahia, registrando várias ações em categorias diversas. O Quarta que Dança serve ainda para mobilizar a manutenção de grupos artísticos”. Outra intervenção urbana, o Dançando na Roda as Tradições Brasileiras, do Grupo Viva a Dança!, levou a dança de roda para as ruas: “O Quarta que Dança foi uma experiência muito rica para nossa proposta. Os baianos sabem sobre a dança de roda, mas o Quarta que Dança possibilitou que apresentássemos mais danças tradicionais que se adequaram à cultura brasileira, como a ciranda, as danças indígenas, as danças africanas. O projeto abriu portas para a divulgação e o resgate desse trabalho que envolve pesquisa e cultura nacional”, depõe Sirlene Santos Barreto.

Destacando-se pela repercussão que causou no público, o espetáculo Brecha, de Leo França, foi resultado de uma residência artística que o artista fez em Lisboa/Portugal. Ele conta: “O Quarta que Dança tem grande importância no processo de continuidade da pesquisa do espetáculo. Pra mim, a participação foi uma experiência gratificante. Tivemos um retorno bastante positivo do público graças à aproximação, ao calor da apresentação. Com isso, pudemos escutar elogios, sugestões, críticas para repensar cenas e formas de fazer o espetáculo. O Quarta que Dança dá a possibilidade de mostrar sua produção e ainda ter o feedback do público”.

SERVIÇO
Inscrições para o Quarta que Dança 2011
Até 1º de agosto de 2011
Inscrições presenciais:
Na FUNCEB (Rua Gregório de Mattos, 29, Pelourinho, Salvador/BA)
De segunda a sexta-feira, das 14 às 18 horas
Inscrições via postal:
Unicamente através do serviço Sedex com Aviso de Recebimento/AR, encaminhadas para:
FUNDAÇÃO CULTURAL DO ESTADO DA BAHIA – Projeto Quarta que Dança – CAIXA POSTAL 2485, CEP 40.020-970, Salvador – Bahia.
Sites:
FUNCEB: http://www.funceb.ba.gov.br/
SecultBA: http://www.cultura.ba.gov.br/

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